terça-feira, 27 de outubro de 2009

MOBA


Em uma de suas andanças, já parou em alguma galeria de arte e observou uma determinada peça que te chamou a atenção pela sua suposta ‘feiura’? Ou, melhor (ou, ‘pior’?), pensou a seguinte frase: “Como que uma coisa dessa é considerada uma obra-de-arte?”. Com certeza isto já aconteceu com a maioria de nós, claro que a intenção do comentário é com todo respeito, apesar da tal agressividade. Mas há coisas que realmente é difícil de se entender. Vai saber, não é? Sempre existe pessoas com gostos “exóticos” demais para apreciação.
Bom, meu caro leitor, este singelo blog vem lhe informar que até os fracos e oprimidos destas tais manifestações em ordem estética tem seu espaço próprio para receber a admiração merecida. Estamos falando do Museu de Arte Ruim (MOBA - Museum Of Bad Arts), atualmente localizado Somerville Theatre, em Davis Square, Somerville, Massachusetts, nos EUA.
O museu privado, cujo o lema se distingue em “art too bad to be ignored”, ou seja, “Arte tão ruim de ser ignorada”, talvez seja único em seu gênero no mundo todo (pelo menos, oficialmente) dedicado à “língua-em-bochecha”, ou seja, a arte observada com um olhar humorístico, algo que não se destina a ser levada a sério, mas, a sua falta de seriedade é sutil. A maioria de suas obras se baseiam na arte Naïf, caracterizadas pela simplicidade infantil, que define o tipo de trabalho criado por pessoas com pouco ou nenhum treinamento formal de fazer arte. Mas nada disto impede o público de observar as obras com delicadeza e profundidade, chegando até a admira-las pela sua falta de beleza estética. E para ajudar nestas definições, ao lado das obras expostas contém descrições profundas, que chegam a ser engraçadas, com apresentações extensivas associadas às várias peças em toda a galeria, que muitas vezes são paródias de arte. Como por exemplo, a pintura de Peter Kitty, é acompanhada pela seguinte descrição: “Agitando no seu retrato de felina angústia. Estará Peter com fome ou contemplando o seu lugar em um mundo faminto? O artista tem evocado tanto desespero e contentamento com o seu uso irracional do espaço negativo...”.
Tem também a escultura curiosa feita por Carlos Rangel, chamada Red Figure With Braids (Figura vermelha com tranças). Uma boneca (?) comprida com 42"x5". Ao seu lado, o seguinte comentário: “Um monumento de auto-confiança. A pequena figura delicadamente equilibrada acima da altura, inclinada em relação a nós no cardeais cores, o seu orgulho no bolso realizou seu lado. Poderia ser este o antepassado de uma noite de televisão mostrando o acolhimento?” - profundo, não?!
Mas o fato mais curioso é sobre a tela “Lucy no campo de flores”, que foi achado no lixão pelo fundador Scott Wilson, e até hoje é reconhecido pelos americanos como “MOBA da Mona Lisa”. Sim, ela é considerada a Mona Lisa do museu. Com o sucesso da tela, a mesma sofreu um roubo que impressionou não só a polícia de Boston, como também o Boston Globe, um dos mais importantes jornais da região.
Apesar das brincadeiras, este museu leva suas exposições muito a sério, tendo como critério a seguinte missão: levar o pior de arte para o maior das audiências.

Sua história

O MOBA foi fundado em meados dos anos 90 por um grupo de amigos, que entre eles estava o arquiteto Scott Wilson que depois de achar a famosa “Mona Lisa” do museu, teve a idéia de funda-lo. Todos eles chegaram a conclusão que em nome de arte ruim, juntaram e elaboraram todas as suas obras para assim, montar o tão sonhado museu em um dos porões do Teatro comunitário da cidade de Dedham, no Estado de Massachusetts, EUA. Era aberto ao público todos os dias e gratuitamente. O local, para muitos, era considerado apropriado para a exibição das esculturas e pinturas. Mas, apesar de toda ironia do público e dos críticos de plantão, o MOBA começou a ser sucesso absoluto pelo mundo todo.
E é claro, como toda arte deve ter sua recompensa merecida, independente de suas inspirações, finalmente o MOBA mudou-se para um local maior e mais confortável. Em 2008, as obras-de-arte ruins começaram a ser expostas no Teatro da cidade de Somerville, em Davis Square, Massachusetts. Porém, desde a sua reinauguração está sendo cobrada uma tacha administrativa.

Eu sou artista!

Você que se acha um bom “artista ruim”, esta é a sua chance de mostrar ao mundo o seu valor, e divulgar as suas obras no Museu de Arte Ruim através do site: www.museumofbadart.org no link “donate”.
Neste site, você pode também conferir mais sobre a história, notícias, todas as obras expostas no museu com descrições detalhadas sobre a composição de cada uma delas, e caso alguma te chamar a atenção, você também pode adquiri-las preenchendo seus dados para poder compra-las à vontade.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Demode



Pois a vida é assim.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Acidente

Algumas pessoas já sabem (ou "meio" que sabem) que neste último domingo pela manhã eu sofri um acidente de carro, na Av. Miguel Sutil, depois do Círculo Militar. Graças a Deus - e olha que eu não costumo dizer isto - não aconteceu praticamente nada comigo. Sofri algumas batidas e o cinto deu uma marca "boa" no meu pescoço, mas nada comparado ao meu carro, que deu perda total.

Este é um post diferente neste Blog. Costumo escrever sobre diferentes assuntos, sobre os meus gostos e costumes, menos os pessoais demais. Mas achei interessante eu dividir este momento marcante da minha vida com vocês, e dizer brevemente que a vida muitas vezes se torna um fiasco diante aos acontecimentos que ela proporciona.

Bom, eu estava andando a mais ou menos 80Km/h pela a avenida. Já tinha sol no céu, e eu estava voltando da casa de um amigo. Apesar do sono, eu estava em boas condições para dirigir. Logo que passei em frente ao Clube Círculo Militar, percebi água escorrendo pela rua, que saía do local. Não me importando muito com a pista molhada, mantive a velocidade pelo fato de querer chegar logo em casa. Logo na curva, antes do posto de gasolina, percebi mais água na pista. Achando que era a mesma quantidade que a anterior, decidi seguir em frente. Mal eu sabia que, diferente da onde passei, havia praticamente um palmo de profundidade. Meu carro derrapou várias vezes. Tentei recuperar o controle, mas não consegui. Foi aí que bati no meio-fio, e o carro tombou, parando em cima da calçada, ao lado de uma árvore, de cabeça para baixo. Graças ao muro de uma casa e a uma árvore, me salvei de um poste que estava próximo. Em meio ao desespero, soltei um forte grito e quando menos esperei, eu estava da mesma posição que meu carro.

Logo que o carro parou, soltei o cinto de segurança - que por sorte, tenho o habito de usar - e cai sobre os estilhaços de vidro que sobrou do parabrisa. Minha coluna doía muito, o meu corpo estava fraco, e minha cabeça sem saber o que pensar direito. Não acreditava que estava naquela situação.

Algumas pessoas se aproximaram para me ajudar. Um policial abriu a porta do motorista, e me chamou para sair, pois era perigoso continuar lá. Mas não tinha forças suficientes para sair. O meu corpo estava em condições, mas a minha cabeça não. Logo quando dei a minha mão ao policial, senti uma sensação de alívio, coisa que achei que senti antes, mas era algo diferente. Estava com um sentimento de agradecimento eterno de estar viva, de não ter sofrido nada demais, de estar andando com a ajuda de muitas pessoas boas, que estavam no lugar certo e na hora certa para me acolher, entre outras coisas.

Logo após, os bombeiros e o SAMU chegou para me atender. Sai imobilizada com toda aparelhagem possível. Fiquei sem me mover um dia inteiro, mas sai do hospital no final da manhã.

Estou repousando em casa, e pelo visto vou ficar durante esta semana inteira. Mas não fico triste pelo meu carro, ou pela situação que estou passando, acho que fico agradecida por ter e estar passando por tudo isso, pois com certeza, estou tendo uma visão nova de vida e criando novas perspectivas à ela. Agradeço por estar aqui dividindo tudo isso com vocês, até para aquelas pessoas que não conheço, mas que vez ou outra comentam nos posts amadores que publico aqui.
Não sei qual será o "melhor acontecimento dos útlimos tempos", mas estarei disposta a responder possíveis pergutas - bom que vocês me ajudam a sair do tédio, pois eu só estou comendo, dormingo, lendo e assintindo televisão... help!
Pescoço marcado com cinto. Ê alegria!

Pernas roxas

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Setembro


Estou com preguiça de escrever agora, mas achei legal recomendar este filme. Acabei de vê-lo no no Sesc Arsenal, e o achei muito bom. Não é puxação de saco, mas até hoje eu não vi nenhum filme do Woody Allen que seja ruim, apesar de não ter assistido todos, mas posso dizer que vi boa parte. Enfim, vai uma pequena descrição do filme a vocês a seguir.


SINOPSE: Numa casa de campo em Vermont, seis pessoas passam o último dia de verão. Um cenário ideal para Woody Allen construir um tocante drama sobre o amor, a amizade e a família ao seu modo inconfundível de fazer cinema. Numa ciranda de paixões, Lane (MIA FARROW), a dona de casa, ama um publicitário, Peter (SAM WATERSON), que alugou sua casa de hóspedes. Mas Peter ama Stephanie (DIANNE WIEST), que se sente vazia com o fracasso de seu casamento. Há ainda Diane (ELAINE STRITCH), a mãe de Lane, e o vizinho Howard (DENHOLM ELLIOT) que ama Lane, para fechar o círculo. Nesse mundo fechado da casa de verão, os personagens compõem um painel de aspirações e obsessões, que Woody Allen explora como ninguém.



Curiosidades: Este filme ainda não tem em DVD, portanto, terão que rebolar pra encontrar uma cópia. Mas para aqueles adeptos à downloads, aí vai o link também: http://www.4shared.com/file/71510177/40025188/SEPTEMBER_Woody_Allen.html


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Van Gogh

Há 119 anos adormecia eternamente um dos pintores mais conceituados de todos os tempos da era pós-impressionista. Seu nome: Vincent Willem Van Gogh, ou simplesemente Van Gogh. Seu jeito único de pintar, com traços aleatórios de cores ofuscantes mescladas com cores mortas, revolucionou o mundo da arte no início do século 20. Mesmo com todo esse talento, Vicent van Gogh teve a sua vida marcada por fracassos em todos os âmbitos, tanto profissional como pessoal, tendo o trabalho reconhecido somente após a sua morte, deixando de herança à cultura a arte de pincelar sentimentos.

Nascido em Zundert, uma cidade próxima a Breda, na província de Brabante do Norte, nos Países Baixos, Vicent Van Gogh era filho de Theodorus, um pastor da Igreja Reformada Neerlandesa, e de Anna Cornelia Carbentus. Recebeu o mesmo nome de seu avô paterno e também daquele que seria o primogênito da família, morto antes mesmo de nascer exatamente um ano antes de seu nascimento. Especula-se que este fato tenha influenciado profundamente certos aspectos de sua personalidade, e que determinadas características de sua pintura (como a utilização de pares de figuras masculinas) tenham sido motivadas por isso. Ao todo, Vincent teve dois irmãos: Theodorus, apelidado de Theo, e Cornelius, e mais três irmãs: Elisabeth, Anna e Willemina.

Vincent era uma criança séria, quieta e introspectiva. Desenvolveu através dos anos uma grande amizade e forte ligação com seu irmão mais novo, Theo. Por influência do tio, aos 16 anos resolveu se mudar de casa para trabalhar como comerciante de artes. Sua vida então começou a se direcionar a assuntos religiosos, sendo demitido de seu emprego. Retornando à Inglaterra, tentou estudar Teologia e trabalhar voluntariamente em uma livraria, mas novamente encontrou o fracasso.

A Arte

Por influência de seu irmão Theodoro, Van Gogh começou a levar a pintura mais a sério. Em 1883, mudou-se para Nuenen (Holanda), onde se dedicou à pintura. Lá se apaixonou pela filha de uma vizinha, Margot Begemann. Decidiram se casar, mas suas famílias não aceitaram o casamento, o que fez com que Margot tentasse o suicídio.

Em 1885, o pai de Van Gogh morreu de infarte. Neste mesmo ano ele pintou aquela que é considerada a sua primeira grande obra: Os Comedores de Batata.

Em 1886, o pintor muda-se para Paris com seu irmão Theo. Por alguns meses, Vincent trabalhou no Estúdio Cormon, onde conheceu os artistas John Peter Russell, Émile Bernard e Henri de Toulouse-Lautrec, entre outros. Este último, alcóolatra, apresenta Van Gogh ao absinto, bebida popular da ocasião, que viria a ser muito consumida pelo pintor, que a retratou em Natureza Morta com Absinto.

Naquela época, o impressionismo tomava conta das galerias de arte de Paris, mas Van Gogh tinha problemas em assimilar esse novo conceito de pintura. Vincent começou o uso da técnica do pontilhismo, inspirados no pintor Georges Seurat. A partir de sua estada em Paris, Van Gogh abandona sua temática sombria e obscura de camponeses e suas obras recebem tons mais claros. São desta época os quadros Mulher Sentada no Café du Tambourin, A ponte Grande Jatte sobre o Sena, Quatro Girassóis, os Retratos de Père Tanguy, entre outros.

Muda-se para o interior da França com o amigo, também pintor, Gauguin. Apesar da admiração mútua entre os artistas, os dois tinham “incompatibilidade de temperamentos”, como o próprio amigo afirmava. Gauguin sentia-se incomodado com as variações de humor de Vincent, o que complicava ainda mais o relacionamento entre eles.

Um dos fatos que marcou também a personalidade de Van Gogh foi a loucura. Após a saída de Gauguin para uma caminhada, Van Gogh o segue e o surpreende com uma navalha aberta. Gauguin se assusta e decide pernoitar em uma pensão. Transtornado e com remorso pelo feito, Vincent corta um pedaço de sua orelha direita, embrulha-a em um lenço e leva, como presente, a uma prostituta. Vincent retorna à sua casa e deita-se para dormir como se nada tivesse acontecido. A polícia é avisada e encontra-o sem sentidos e ensanguentado. O artista é encaminhado ao hospital da cidade imediatamente.

Com a mudança psicológica, o estilo de pintura acompanhou esta fusão e Van Gogh trocou o pontilhado por pequenas pinceladas.

O artista começa a ter paranoias, imagina que lhe querem envenenar. Os cidadãos de Arles, apreensivos, solicitam seu internamento definitivo. Sendo assim, Van Gogh passa a viver no hospital de Arles como paciente e preso.

Abandonado pelo seu amigo Gauguin e rejeitado pelos cidadãos de Arles, Van Gogh se apega ainda mais ao irmão que estava para casar, deixando-o levar a uma depressão profunda de abandono. Em 1889, aos 36 anos, pediu para ser internado no hospital psiquiátrico em Saint-Paul-de-Mausole. A região do asilo possuía muitas searas de trigo, vinhas e olivais, que transformaram-se na principal fonte de inspiração para os quadros seguintes, que marcaram nova mudança de estilo: as pequenas pinceladas evoluíram para curvas espiraladas. Esta foi a época mais produtiva do artista, que pintava praticamente um quadro ao dia, sendo um deles inspirado no próprio médico que o consultara, a tela conhecida como Retrato do Doutor Gachet, que o mesmo não encontrou sucesso no estado de espírito do paciente.

Entretanto, a depressão agravou-se, e a 27 de julho de 1890, depois de semanas de intensa atividade criativa, Van Gogh dirige-se ao campo onde disparou um tiro contra o peito. Arrastou-se de volta à pensão onde se instalara e onde morreu dois dias depois, nos braços de seu irmão Theo. As suas últimas palavras, dirigidas a Theo, teriam sido: "La tristesse durera toujours" (em francês, "A tristeza durará para sempre").
Obs: Matéria de minha autoria que saiu hoje no Folha 3 da Folha do Estado.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Beirut

Não quero que vocês leiam nada, apenas ouçam.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Primeiros passos, e olho pra cima. O prédio é alto, feito com tijolos e cheio de janelinhas. Observo algumas pessoas na frente. Devem estar falando das férias, do saco de ser segunda-feira, ou daquela menina ou menino que acabou de observar. Entro pela porta grande de madeira, empurrada pelo porteiro que nem ao menos sei o nome, que simplesmente dou "Boa Tarde" todos os dias que o vejo. Ao entrar no local, sinto uma certa angústia, solidão e medo de encarar as coisas novas. Descobri que estas coisas novas não me agradam tanto, mas confeço que suplico por elas. Vou seguindo a rampa que está no lugar das escadas, o que torna a subida mais cansativa. Entro na modesta biblioteca com portas de vidros e observo muitas pessoas conversando nas mesas. Perai! Isso é uma biblioteca! Existem vários cartazes pedindo silêncio. Mas isso não importava pra ninguém na hora. Sento em uma dessas mesas, sozinha. Abro minha bolsa nova que comprei pela manhã, e sinto aquele cheio de tecido novo. Abro o meu estojo, e encontro os mesmos lápis e canetas do semestre que passou. Nessa hora, dei um sorriso, e comecei a sentir um Dèja Vu na minha cabeça... Realmente aquilo já tinha acontecido várias vezes, mas não me lembro específicamente como. De repente, um barulho, era o sinal, parecido com um carro de bombeiro, só que numa velocidade bem mais rápida. A tensão. Senti como se eu nunca tivesse pisado naquele lugar, como se aquilo tudo fosse novo para mim. Oras, Simone, você já tem 21 anos! Vamos! O seu papel aqui é se comunicar, até que alguém prove ao contrário. Tudo bem, tudo bem. Me levanto calmamente, e sigo pela porta de vidro que havia entrado a pouco tempo. Pensa, pensa, qual era a sala mesmo que a mulher do telefone falou? Ah, sala 07. Esta, ao lado da sala dos professores. Hm... as carteiras são novas. Não têm mais estofado azul, agora é o vermelho. Se bem que os azuis deixam o ambiente mais amêno na sala. Mas o vermelho está bom. Sento na sétima cadeira que olho. Acho que aqui está bom, é um lugar mais centralizado, dá para conversar com várias pessoas da sala, me enturmar. Preciso estar atenta aos nerds, estes sim são precisos em lugares mais próximos. Começam a entrar os alunos. São todos bem mais novos que eu, acho que uns seis, sete ou mais anos. Alguns aparentam ser mais velhos, outros mais novos. Há um japonês logo ali. Hm... confio em orientais do sexo masculino. Por que as do sexo feminino não são tão espertas assim, e eu sou prova viva disso. Ah, conheço uma aluna aqui. Que bom, assim não fico tão acanhada. Entra a professora. Ela é ruiva, loira, não me lembro bem. Ah, não é estrangeira. Ainda bem. Sempre me perco com o sotaque destes professores importados. A aula corre muito bem. Apredi formas e verbos novos. Alguns são meio complicados, difícieis de entender, que eu tenho certeza que eu nunca vou usar. Toca novamente aquele sinal escandaloso. Saio da sala com uma sensação estranha novamente. Eu já tinha visto isso tudo, e sentido a mesma coisa. Entro no carro, conecto a chave, paro e penso. Sim, entendo este dia. Este é mais um dia pra minha vida inteira.

02/02/1993 - Primeiro dia da minha vida inteira.

domingo, 26 de julho de 2009

A Decadência

Isso vai ter importância daqui há 100 anos? Acho que não. Ainda mais você que pensa aos montes em um mundo melhor. Você não passa de uma pessoa sonhadora que pensa em revolucionar o convencional com seus estilos alternativos. Não creia que um dia sua vida vai ser plena e feliz desta forma.

Conheça as pessoas, cumprimente-as, seja gentil com todas, talvez isso possa lhe ajudar mais pra frente em algo empreendedor. Não é ser interesseiro, mas sim, algo necessário. Pare com essa de não fazer questão das pessoas, nem tudo você pode decidir em seu comportamento. São coisas naturais da vida. Aprenda com isso.

Reze, minha filha. Vá à igreja, confesse à Deus, perante ao padre, todos os seus pecados. Sabia que até o que você pensa é pecaminoso? Imaginar pessoas nuas, situações constrangedoras e muito interessantes, desejos de querer matar ou esmagar o cérebro de alguém com o martelo. As ideias da igreja são totalmente compatíveis ao interesse público, incluindo o seu. Então, para que questionar? Simplesmente siga.

Você está bem gorda, não? Que tal um regime? Pare de comer depois das 18h, e só tome água a partir daí. Tome estes remédios, quem sabe ele te dão um resultado mais rápido. Por que ninguém merece ficar horas na academia suando, não é?! Caminhe todos os dias no final da tarde, não esqueça de levar o cachorro para passear junto. Tudo bem que ele defeca bastante pelas ruas, mas quem se importa?
Que músicas são estas? Que gosto esquisito seu, gostar de músicas que ninguém conhece. Ouça as dez mais nas paradas musicais, isso sim que é arte, e não estes montes de berros e sons psicodélicos no meio. Não insista em ser diferente. Por isso que você não se sente bem na maioria dos lugares da cidade ou de qualquer outro plano.
Olha esta novela. As atrizes são lindas e se vestem bem, diferente de você, que sente dificuldades em achar algo que lhe agrade. Tome estas bijouterias, você atravessa na cabeça assim, sai pela orelha e gruda no nariz. É meio complicado de colocar, mas está na moda, isto que importa.

Olha o seu quarto! Que bagunça! E esta louça? Você não sabe cozinhar, mas em compensação faz uma sujeira! Como que vai ser quando você se casar e ter filhos?! Não quer casar e ter filhos? Bobagem! Todo mundo tem este sonho, e você não pode fugir das normalidades da vida.

Leia estes livros espíritas, assista a estes vídeos de palestras, são emocionantes. Vamos à reunião espírita? Tome este chá, ele te dá umas visões bem interessantes sobre a vida. Não, não, ele não é alucinógeno, é feito da planta divina, bem distante de produtos deste gênero.

Pra que está angústia? Você tem tudo! Tudo que milhares de pessoas desejariam ter. Pra que escreves isto nesta página sem sentido? Pra que o desabafo dessa forma? Saia, saia! Não pense que deste jeito os seus problemas fugirão entre os seus dedos. Pare de escrever!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Minha Amada Imortal


O ano era 2004. Como passei praticamente a minha vida inteira estudando em colégios de padre, tive um contato mais profundo com a igreja católica (juro!), e nisso, participava sempre de encontros religiosos promovidos pela igreja do meu colégio.

Eu sempre tive fama de dorminhoca, durmo em qualquer lugar e em qualquer hora (menos nas madrugadas em casa - insônia), ainda mais em palestras, e ainda mais palestras que ficam falando que Jesus é amor, Jesus é vida e virgindade é a alma do negócio, sinceramente acho isso tudo um saco. Mas em um desses encontros, ocorrido em Campo Grande - MS, vi a palestra de um padre que eu nem me lembro mais o nome da onde ele veio e do que ele falava, só sei que este momento me chamou a atenção pelo simples fato dele ter posto uma cena deste filme... Minha Amada Imortal.

Este filme conta parte da história de Ludwin van Beethoven, ou só Beethoven. Era um compositor erudito e ainda por cima alemão - só para focar que os caras fodas e inteligentes em sua grande maioria eram e são alemães, mas não é só por isso, é também o fato que apesar de ele ser um compositor extraordinário, ele era surdo. É difícil associar essas duas coisas não contraditórias. Talvez seria a mesma coisa que um fabricante de perfume não ter olfato, ou um cantor ser mudo, ou um dentista sem as mãos (não é uma má idéia!), enfim... Mas ele tinha o seu diferencial.

Em vida, Beethoven compôs grandes óperas, sonetos e concertos em geral. Sentia a música na alma, calculava minuciosamente cada instrumento em sua cabeça, e foi capaz de compor músicas inesquecíveis e imortais. Quem aqui nunca ouviu Sinfonia nº9, que atire a primeira pedra, obrigado.

Mas a música que me deixa extasiada é o Sonata ao Luar. No filme, Beethoven (interpretado por Gary Oldman) começa a tocar esta música no piano, como não podia ouvir o que estava tocando, tentou encostar seu ouvido no instrumento para sentir as vibrações que ele dava em cada dedilhada. Esta cena é simplesmente fascinante.

Cena do filme Minha Amada Imortal (1994)


Tudo isso é para que vocês confiram este filme. Ele não merecia um Oscar e nem um Globo de Ouro como melhor filme do ano, quanto mais do século, mas assistam somente para ver esta cena... Posso garantir que é apaixonante.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Lenda


Mesmo insistindo em abandonar este blog, me vejo obrigada a prestar uma última homenagem a este ícone mundial, que no dia de ontem, reluziu muito além do que as suas roupas brilhantes: Michael Jackson.

Lembro-me de quando era pequena, no início dos anos 90, quando Michael ainda estava no auge da sua carreira, e todas as lentes estavam focadas diretamente a ele. Mesmo depois de alguns anos de lançamento, o clipe Thriller ainda passava na TV, e eu, como uma criança fissurada na "tecnologia", sempre acompanhava as programações, entre um programa e outro, o clipe passava. Tudo estava tranquilo, até que o bando de zumbizada aparecia para dançar aqueles passos complexos, que nem com força eu conseguia imitar. Confesso que tinha muito medo dos dançarinos, mas inevitavelmente eu caía na dança junto.


O tempo passou, e comecei a criar meus gostos próprios, e um dos que mais se destacavam era meu amor pelo trabalho dele. Um dia, desses de meio de semana, que vc fica na internet para pesquisar algumas coisas de faculdade, comecei a olhar o Youtube, e numa dessa minhas "andaças" achei vários vídeos do Michael. Só sei que tinha que acordar no outro dia às 6h da manhã, e acabei ficando até as 3h30 da madrugada, pasma com aqueles passos que ultrapassavam as leis da gravidade, inclusive o Moonwalk (que um dia eu aprendo!).


Enfim, pessoas, mesmo com os escândalos que envolveram seu nome, eu não conseguia parar de ouvir e conferir sua música, seus passos, sua arte! É engraçado como a mídia agora com a perda, aborda o seu nome, como o ÍCONE DO POP, A PERDA DE UM REI, entre outros, sendo que a pouco tempo muitos meios de comunicação o chacotavam, o chamando de aberração por conta de sua aparência, e de louco, pois ele insistia em ser uma eterna criança. Agora, queridos leitores, vamos aproveitar o que ele deixou para todos nós, pois mesmo com um final triste de sua vida, ele merece ser mais que aplaudido por tudo que fez, pois, creio eu, Michael Jackson cumpriu sua missão: A de transmitir alegria ao mundo através do seu trabalho.


AU!

domingo, 15 de março de 2009

Fernando Meirelles - Política Cultural

Parte da entrevista feita pelo jornalista Marcelo Tas (sim, aquele carequinha de óculos do CQC) ao cineasta brasileiro Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel e o atual Ensaio Sobre a Cegueira), em uma de suas peças. Nele, o jornalista pergunta sobre a opinião do diretor em relação ao uso do dinheiro público no cinema, e qual seria a melhor forma de investi-lo.
Nunca tinha pensado por esse lado. E concordo com o que ele diz. Confira.

domingo, 8 de março de 2009

Leonardo Pareja

Leonardo Rodrigues Pareja, mais um brasileiro que nasceu do "ventre" de um país desigual, e muitas vezes, impune de seus crimes. Bandido de classe média, que em sua infância fazia viagens para o exterior, estudava música, línguas e foi educado sempre nas melhores escolas. Começou com a sua vida bandida na adolescência, e na mesma época, a ira que sentia pelas autoridades brasileiras cresceu junto com ele. "Eu agora me eduquei dessa maneira (criminalidade), e não tem como você me deseducar" - comentou pareja ao documentário feito sobre a sua vida.
Pareja descobriu que pequenos atos de criminalidade não bastava para a sua vida bandida, ele queria mais. Desejava esfregar na cara dos polícia, através de jornais, televisões e rádios, que ela era tão errada quanto a criminalidade assumida no país. E assim o fez.
Viveu boa parte de sua vida em presídios. Foi torturado e humilhado pela polícia responsável.
Mas dentro das cadeias, juntamente com seus colegas detentos, Leonardo fazia questão de demonstrar tranquilidade e de evidenciar de que ali ele não teria razões para se preocupar com a sua seguraça. "Medo? O que é medo? Medo da morte? Então eu não tenho medo de nada, pois eu não tenho medo dela" - dizia Pareja às suas entrevistas.
Uma dos fatos mais marcantes, das andanças criminosas de Pareja, foi a de liderar uma das principais rebeliões do presídio de Cepaigo, em Goiânia - GO. Este acontecimento teve uma atenção especial da mídia brasileira durante todo o ato, ocorrido em Maio de 1996. A rebelião teve como reféns as principais autoridades do Estado de Goiás, dentre eles, juízes, advogados, presidente do TJ de Goiás e o diretor do presídio, que segundo grande parte dos detentos responsáveis, foi um dos principais motivos para a manifestação.
Pareja soube entreter seus companheiros, que estavam revoltados com a situação de suas vidas no presídio até então. Deu toda a assistência aos seus reféns, deixado-os à vontade em meio a uma grande rebelião. "Quando eu saí daquele presídio, eu agradeci primeiramente a Deus e depois ao Pareja, por eu estar vivo agora" - comentou o diretor refém.
Dia 06 de Dezembro de 1996, Leonardo Pareja, 22 anos, foi morto por um de seus "amigos", mas que teve envolvimento de muitos outros. Jornais destacaram em suas páginas, uma das falas que marcou este ato: "Eu sei que vou morrer. Só não quero que seja pelas costas".
Bom, esse foi um breve textinho que fiz para que vocês conheçam mais sobre este 'mito' da criminalidade. Ele não foi algo que possamos chamar de herói, mas com certeza, foi uma referência ao não medo de denunciar as injustiças ocorridas no nosso país, que muitas vezes deixamos a desejar para que a contradição esteja presente de que não haja "problemas maiores" em nossas vidas. O documentário a seguir, retrata melhor a vida deste cidadão brasileiro, que tinha a música e o crime, suas principais inspirações.
Assistam, vale demais a pena.
Direção: Régis Faria
"Vida Bandida"
Parte 1
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Operação Valquíria


Mais um post exclusivo para as grandes atrações da sétima arte. E este, sinceramente, superou minhas expectativas.

O roteiro do filme é todo inspirado em fatos reais. Contando sobre a operação que mudou de certa forma a visão horrível que eu tinha (tenho) do nazismo em seu todo. Cansados das ordens sem fundamentos do então consagrado Führer, Adolf Hitler, um grupo de membros do exército nazista elaboram uma estratégia para acabar com a repressão governamental que o então ditador da Alemanha aplicava. Liderado por um dos oficiais de confiança de Hittler, Claus Schenk Graf von Stauffenberg, a conspiração chamada Operação Valquíria mudou o conceito de muitos aliados ao terror sucedido na época.


O final é sem comentários. Para quem acompanha a história das guerras mundiais, já deve saber como termina este grande marco histórico da segunda guerra mundial.

E sinceramente, eu não curto muito o trabalho do galã e protagonista do longa, Tom Cruise, mas neste filme, ele me surpreendeu com sua encenação com porte mais determinado e esperançoso. Adorei.


Obs: Comecei a escrever esse texto desde o dia do lançamento, e só deu de terminar agora... sorry! Da próxima vez, serei mais prestativa.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Stand by me


When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No I won't be afraid, No I won't be afraid
Just as long as you stand, stand by me
Refrão:
So darling, darling
Stand by me, oh, stand by me
Oh stand, stand by me,
Stand by me
If the sky that we look upon
Should tumble and fall
Or the mountains should crumble to the sea
I won't cry, I won't cry
No I won't shed a tear
Just as long as you stand, stand by me
Refrão
Whenever you're in trouble, won't you stand by me
Oh stand by me,
oh won't you stand now?
stand by me

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Quanta agonia passei para poder assistir este maravilhoso filme do meu mais querido Woody Allen. Há meses confiro a lista de lançamentos do cinema, e nada. Mas esta semana fui mais uma vez presenteada com a estreia deste.


O longa conta a história de duas jovens americanas que decidem passar as férias em Barcelona, estamos falando de Vicky (Rebeca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson). As duas tem praticamente os mesmos gostos: gostam de fotografia, arte, música, entre outros. Mas em se falando de coração, as coisas mudam. Vicky é sensível e está prestes a se casar. Não acredita em aventuras amorosas e busca estar sempre com o seu pé no chão. Cristina, ao contrário de sua amiga, gosta de se entregar de corpo e alma em um relacionamento, sem se importar com seus possíveis resultados trágicos.

Nesta grande viagem, as duas conhecem o charmoso pintor espanhol Juan Antonio (Javier Bardem), que sofreu um romance perturbado com sua ex-mulher Maria Elena (Penélope Cruz). Um filme romântico, engraçado, sutil e cheio de grandes emoções. Ah! A trilha sonora é sem igual também. Recomendo os dois demais!



terça-feira, 27 de janeiro de 2009

De volta ao batente

Como o ano já não é tão mais novo assim, tive que mudar um pouco o foco da questão para este primeiro post de 2009.

No dia 20, pensei em escrever sobre o então saudoso Barack Obama, presidente eleito dos Estados Unidos da América. Mas posso deixar um breve comentário de que finalmente poderei respirar novos ares (talvez, mais aliviados) em relação à grande potência mundial. Pelo menos, o primeiro presidente negro eleito nos EUA, me fez acreditar em "yes, we can!" e continuar colocando em prática a famosa frase dita há 46 anos - "I have a dream".

BUT! Não escrevi, pois este dia foi realmente uma bagunça. Finalmente consegui realizar então o sonho de entrar na federal (futura ciêntista social, obrigada) e não tive tempo para o grado. Enfim... Decidi deixar aqui uma dica de pesquisa.

Vasculhando o caderno de pautas que minha querida chefinha me fez, vi de primeira uma que me chamou a atenção, que é a seguinte: "Museu de Arte Ruim". O nome é bem sugestivo, mas bem interessante.

Nós, os bons apreciadores da arte (ui, modéstia), temos a missão de perceber pontos significativos em cada obra-de-arte que encontramos. Mas, sempre nos deparamos com algumas "peças" que realmente nos chamam a atenção. Não pela sua beleza de fato, e sim, o oposto disto. E pensamos: "Como uma coisa dessa pode ser arte?". Sei lá, né?! Sempre tem um louco que admira esta tal façanha. Mas, exatamente nos EUA, existe um museu especial para os fracos e oprimidos da "arte de fazer arte".

MOBA - Museum of Bad Arts é o local. http://www.museumofbadart.org/

Por que a arte imita a vida...