sexta-feira, 23 de março de 2012

Minha Berlim

Finalizando o roteiro de viagens (finalmente!), apresento-lhes Berlim, a capital alemã.

Os dias estavam bem congelantes, obrigada. E o cansaço da viagem já estava batendo em nossos pés, mas mesmo assim, estávamos com um certo ânimo para fechar o nosso 'tour' com chave de ouro.

Depois de uma 'grande aventura' com malas, passagens perdidas e voos também, conseguimos chegar à Alemanha. Apesar de exaustas, tentamos sair para algum canto e beber alguma coisa, mas o frio impediu muito o passeio, fazendo com que fossemos comer alguma coisa pela rua mesmo.

Os alemães, apesar da fama de turrões, são bem amigáveis e simpáticos. Mesmo sem falar inglês, eles tentam te ajudar - o problema é, que, como dizem, 'a vida é curta demais para se aprender alemão', pois então...

A cidade se assemelha muito com São Paulo, com grandes prédios retos, uniformes e cinzas. Apesar de ser uma capital europeia, não vi muitas construções características (apesar de que, ficamos apenas dois dias incompletos, exaustos e sem muito tempo para explorar tudo, infelizmente).

Para quem conhece minimamente a história da Alemanha, sabe que as ruas foram marcadas com muito sangue do século passado. Senti uma certa amargura em estar lá, pois Berlim tem um ar marcado por um rancor inexplicável. É como se a cada passo que nós déssemos fosse calculado por outra pessoa, ou a qualquer momento algo trágico iria acontecer. Enfim, só indo para sentir o que estou falando.

Mas apesar de um passado marcado por muita violência, a cidade é simplesmente encantadora por isso. Pois ela conseguiu se reerguer em pouco tempo de uma forma positiva, pronta para ser encantadora a qualquer um que a ve.

Turistando

Logo bem cedinho, pegamos o trem da linha azul direto para o seu final (não me lembro do nome da estação), logo em seguida, pegamos um ônibus, para assim chegar no campo de concentração de Sachsenhause.

Sim, meus amigos. Talvez as mais cruéis histórias da humanidade aconteceu de verdade, e estive no mesmo local em que faziam-se experimentos científicos, trabalhos forçados e infinitas torturas e execuções em homens, mulheres e crianças.

Lembra do que eu falei sobre a estranha sensação de estar na Alemanha? Agora triplica. O clima neste local é extremamente pesado. As casas de madeira, as beliches, o banheiro... é simplesmente assustador. Coisa de se imaginar ser inabitável para seres-humanos ou até mesmo para animais.

Triste, muito triste.

O trabalho liberta?

Juro, era mais frio lá dentro do que fora

20 pessoas subiam nesta 'bacia' para tomar banho. Cerca de 400 tinham que estar limpas em apenas meia hora.

Sauchsenhausen

o pijama listrado

camas

através da tortura

lugar de presos políticos

Indo para a parte mais central da cidade, encontra-se o Muro de Berlim. História tão trágica quanto o campo, ao menos, atualmente, encontra-se estampado com muita arte. Apesar destes serem um dos principais pontos turísticos a verdade é que ambos trazem recordações dolorosas para os habitantes mais antigos. E com razão. Acho que ficaria um tanto amargurada por saber que a história das minhas origens foram marcadas por muita dor. Enfim...

a mais pura arte
Colocando a tragédia de lado, vamos a parte mais legal da viagem!

Fomos no tapete vermelho do Urso de Ouro - evento alemão que premia os melhores do cinema mundial, como se fosse um Oscar de lá. O dia estava um pouco chuvoso e com neve, tudo contra para uma espera longa por um artista. Mas conseguimos ver a Angelina Jolie de longe, mas a foto não foi possível por falta de tempo.

celebridade!
Enfim, a minha Berlim foi basicamente isso. Comida e bebidas baratas, ruas fáceis de se locomover, metrô lindo para ser bulinado, entre outras coisitas mais!

Quem sabe um dia eu volte para aprecia-la melhor :)

E assim acaba a minha jornada com a Joellen. Que outras venham com tudo!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Quem pergunta vai à Roma!

A próxima parada foi Roma. Sim, apesar de ser um tanto clichê, esta cidade tem um poder enorme de encantar qualquer um que passe por ela. Tudo muito grandioso, estruturado, lindo, enfim, tudo na medida certa para tirar o fôlego de quem a vê. Vamos à jornada!

Neve, chuva e cebola

Chegamos já era a noite com chuva e neve. Não sei se é sorte ou não, mas pegamos a época em que faziam 30 anos que Roma não via gelinhos caindo do céu. O tempo, sinceramente, não poderia estar pior para a nossa chegada, pois tivemos que procurar o hostel com muito sofrimento de baixo de duas coisas que não combinam abaixo de 2°C.

Apesar da caminhada um tanto longa que fizemos, achamos os dormitórios. Instalados em um prédio, tudo parecia normal até termos um contato maior com os romanos (que eram mais brutos que qualquer coisa bruta que já se viu na vida) e com o quarto, que diga-se de passagem, fedia a catinga.

Acabamos conhecendo duas gaúchas muito queridas que estavam dividindo o quarto conosco. Diante ao mau cheiro, começamos a discutir sobre de onde ele vinha, até que um australiano (que também estava no quarto) revelou que guardava metade de uma cebola na mala. Quer dizer...

Apesar disso, o quarto, depois de duas horas, começou a ter um cheiro ambiente, o suficiente para uma bela noite de sono - apesar (também) da festa que estava tendo ao lado. Fomos convidadas, mas o cansaço nos impediu.

Lindezas, caminhadas e massas

O passeio começou cedo. Depois de comer um péssimo café da manhã, com croissant seco com um projeto de recheio dentro e um café, pegamos o mapa e fomos andar!

Juntamente com as nossas novas amigas gaúchas Lise e Taiane, e também a canadense Cassandra, descemos pelas ruas de Roma, sem um destino certo. O que aparecesse pela frente, seria um lucro e tanto.

new friends!
Trânsito bagunçado, gente mau educada, mas que a beleza compensava além destes sacrifícios. Dar de cara com a Piazza Venezia a poucos passos é simplesmente espantoso. Mais espantoso ainda é andar mais um pouco e ver o Coliseu ali, parado, esperando para ser vangloriado. Mas o que mais me tirou todo o fôlego (se duvidar os sentidos!) foi a Fontana de Trevi. Juro que fiquei ao menos uns dez minutos ali, parada, em meio à multidão, tendo um rito de adoração pela obra. É simplesmente maravilhoso!

piazza venezia

ruínas perto do Coliseu

Coliseu!

Fontade de Trevi

Linda! a menina e a fontana hehehe

Pantheon
Entre as caminhadas, paramos para comer e tomar o vinho. Roma não é um dos lugares mais baratos do mundo, mas com certeza você não passa fome - além de comer muito bem. As massas em geral são garantidas a cada esquina por um preço de banana. O sabor, nem se fala! Tudo feito da melhor cozinha italiana possível. Mas tomem cuidado com a bebida, ao contrário da comida, esta sim é bem cara.

A noite foi contemplada com o musical Mamma Mia!. Apesar de ser falada e cantada toda em italiano, foi bem bacana e pude me orientar pelo filme que já havia assistido. Pode parecer que não, mas o espetáculo me fez derrubar uma barreira muito grande sobre ele em si. Enfim, sem detalhes! Só os fortes entenderão ;)

Vaticano, vinho e despedidas 

Último dia. Este sim foi marcante.

Visitamos o Vaticano logo pela manhã. Mesmo não sendo religiosa e ter minhas aversões pelo catolicismo, achei que seria interessante e uma bagagem cultural muito grande visitando o lugar.

Na mesma linha de Roma, tudo lá era grandioso e lindo, mas não me remetia nada a fé. Fiquei me questionando mais ainda de como tudo aquilo era o maior mal entendido da história. E pensar que Jesus sentava no chão, à luz do sol, junto com os seus seguidores, para falar sobre os seus ensinamentos. Aquilo lá está bem longe de ser humilde ou 'pobre', como os próprios sacristãs aprendem logo no inicio dos estudos.

chifrinho pro vaticano!

né!
Tirei muitas fotos e até comprei muitas lembrancinhas para a minha avó (que é católica nata), mas achei o absurdo ter que pagar, mesmo que for quatro euros, para conhecer algumas instalações do lugar. E não me venham com história de manter tudo limpo e organizado, porque, por mim, explodiria tudo de uma vez só e acabaria com a maior hipocrisia do mundo! Enfim, aqui não é hora ou lugar para se discutir isso, mas só para ressaltar.

Passamos por mais alguns lugares em seguida, como o Castel Sant'Angelo e suas redondezas pelo fim da tarde. Estávamos sem pressa para andar até que encontramos, perto da Piazza Navona, o carnaval italiano. Muitas crianças e adultos fantasiados de qualquer coisa, se divertindo com o locutor que narrava um tipo de concurso. Totalmente diferente dos nossos festejos, mas com o mesmo ar de alegria.

Castel Sant'Angelo

logo a frente

logo atrás
Carnaval!

Piazza Navona

oba!
Depois do oba-oba, mais a noite fomos comer nos latinos que vendiam o prato de macarrão e um copo de vinho por apenas dois euros. Comemos e, com um pouco de 'gabiru', conseguimos mais vinho com um garçom muito simpático que nos cedeu duas garrafas. Ficamos um tanto embriagadas e compramos mais algumas garrafinhas para nos sustentar. Andamos pelas ruas noturnas de roma totalmente cruzando as pernas. Foi mágico ver tudo aquilo de uma forma tão diferente e feliz.

Fiz promessas, chorei, sorri, comi, toquei no tempo, me embriaguei e, além de tudo, me apaixonei. Com certeza, tudo não seria mais belo se Roma não existisse, não mesmo...