Nossa, já se passou quase um mês da minha viagem à Estocolmo e muitas coisas já aconteceram, dignas de serem retratadas neste blog. Sabe o que é... inverno. Sim, não é uma desculpa mais adequada, mas nunca passei tanto frio como nestes últimos tempos. Está realmente complicado de fazer as coisas, até as prazerosas.
Enfim, vamos começar a historinha.
Para começar, acho que devo contar como a ideia da viagem surgiu. Bom, nada foi pensado! Estava eu à toa no computador, vendo preços de passagens, total sem compromisso. Olhei valores para Suécia e este estava de acordo. Até que resolvi testar o cartão da minha mãe, e eis que a confirmação chega!
Sim, nada planejado, nada sonhado, nada, nada... Simplesmente comprei sem pensar e ainda para passar uns três dias inteiros!
Muitas pessoas animaram de ir, mas por fim, acabaram desistindo por vários motivos. A Bianca (minha amiga), por exemplo, chegou a comprar as passagens e reservar o hostel, mas infelizmente, por 'forças maiores', ela não pôde ir.
Tudo bem! Não poderia perder as passagens e nem a oportunidade. Arrumei minha mala com muitos miojos, doces e bolachas, coloquei roupas bem quentinhas, guardei meu notebook e câmera no canto da bagagem e fui!
Durante o caminho fiquei pensando de como eu era louca de arrumar as malas e ir a um lugar totalmente desconhecido e sozinha. Claro que eu tinha lido sobre os pontos turísticos e tudo mais, mas é diferente. É muita loucura para uma cabeça só. Mas enfim, tá na chuva, se molha, não é? Então, encharquemos.
Chegando no aeroporto, um frio do caramba que já estava esperando. Peguei um ônibus e parti para o centro. A cidade é moderna, porém tinha aquele ar escandinavo. Em alguns momentos fiquei lembrando das histórias do Vikings com seus grandes machados e capacete com chifres. Inevitável não pensar que há centenas de anos alguns deles passaram por onde passei. É fascinante!
Bom, primeiro dia foi basicamente algumas andadas bem em linha reta - não tenho noção de lugares - e algumas fotos bem rendidas.
primeiro dia, eis uma aurora! |
Segundo dia
Acordei bem animada. Esquentei o meu melhor miojo, peguei o mapa na recepção e fui em direção à Gamla Stan, ou, como os suécos chamam de, "cidade velha".
Reparei que havia passado no mesmo lugar na noite anterior, mas andado muito menos. Toda ela é formada por ruelinhas bem estreitas, que me lembravam o centrão de Cuiabá (É!). Lá tudo se encontrava em quesito de artesanato, souveniers, artistas, comida, etc. Tudo era muito lindinho. As fotos ficaram ótimas, ainda mais com a ajuda do sol que apareceu cheio de vida neste dia.
Conheci igrejas, alguns museus (de frente, porque a maioria pagava) e alguns lugares aparentemente importantes. Foi um dia bem cansativo, porém satisfatório. Acho que o fato do tempo estar frio, te desmotiva ir à lugares mais distantes, mas nada impede de ver as belezas da cidade.
Chegando no hostel, fiquei agoniada por contatos. Eu estava em um quarto com 18 pessoas, mas parecia que ninguém estava disponível a novas amizades. Apelei para o Couch Surfing. Para quem não sabe, este é um site de 'relacionamentos' à distância. Caso você vá para um lugar onde não conhece ninguém, acesse lá e conheça pessoas.
Enfim, mandei mensagem para algumas pessoas e duas responderam. Um suéco e uma brasileira. Optei pela brasileira, já que era mulher e da mesma cultura...
Tudo certo. Hora marcada e à espera de uma mensagem para se encontrar no lugar combinado.
Aguardem para a apreensão
Quando a Emanuela (a sufer baiana que conheci) me mandou mensagem, me arrumei rapidamente e fui para uma igreja próxima ao hostel. No caminho percebi que havia um homem atrás de mim, fiquei um pouco alerta e comecei a andar mais rápido, até que apareceu um grupo de pessoas que me deixou mais aliviada, pois o homem tinha se afastado quando este apareceu.
Para chegar à igreja, precisava atravessar duas avenidas. Continuando a caminhada, vi que o homem ainda estava atrás de mim. Quando terminei de atravessar, fingi que ia para um lado e ele veio, fui para o outro e ele me seguiu da mesma forma. Não deu outra! Atravessei com tudo as avenidas, sem olhar direito os lados. O homem ficou do outro lado olhando, até que decidiu voltar. Na hora entrei em um mercadinho e por lá fiquei até a Emanuela me ligar.
Encontro feito. Contei todo o ocorrido à minha nova amizade, tudo bem até que ela revela: "Ah, aqui é muito seguro. Só que tem o maior índice de estrupo da Europa". Ou seja, NÉ!
Depois de toda esta tensão, só uma cerveja para acalmar. Fomos para um club, que na verdade era um barco, chamado Patrício.
A Emanuela é uma pessoa muito querida que salvou a minha noite. Ficamos conversando até altas horas da madrugada. Ela mora lá atualmente com o namorado (que é suéco) há uns oito meses. Apesar de ter uma boa qualidade de vida, ela disse que já estava cansada do frio e das pessoas, que diz-se de passagem, são iguais à temperatura da cidade. Apesar do encontro rápido, foi muito bom bater um papo com ela. Sempre é ótimo conhecer pessoas novas em lugares diferentes...
Terceiro dia
Acordei sem pressa. O dia estava mais cinza que nunca, com os seus 5°c em média, mas decidi dar minhas caminhadas e fazer algumas comprinhas. Fui ao Gamla Stan novamente, atravessei-a inteira até chegar no palácio real. Lugar lindo, porém não tão luxuoso quanto o daqui de Londres, mas sem dúvida MUITO mais bonito que o de Oslo. hehe.
Vi e fiz coisas de turista, como a troca de guarda em vários pontos da cidade, fotos pelo palácio, visita frustrada ao museu (o olho da cara para ver as peças), mas me contentei com o vídeo que passava na sala de entrada, fotos do mar, fotos, fotos e mais fotos.
troca de guarda |
torre da prefeitura - Stadshuset |
cidade formada por várias ilhas e regada de pontes |
Para matar a fome, me contentei com os secos cachorros-quentes suécos, nos quais o cara só coloca uma enorme salsicha no meio do pão. Molho? Só katchup e mostarda, NADA MAIS.
salsicha modesta |
Segunda de manhãzinha, terminei de arrumar minhas coisas, dei adeus aos lugares, peguei o ônibus para o aeroporto e logo em seguida o avião. É engraçada a sensação de estar deixando o lugar. Apesar do final de semana não ser nada agitado, foi relaxante e extremamente cultural. Adoro conhecer os lugares, mas me parte o coração em deixa-los sem saber se voltarei um dia. Mas as coisas são assim mesmo.
Escandinávia, já te conheço de perto. Que venha mais lugares!
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