Recentemente completou-se três meses em que estou em Londres ainda tentando conhecer os novos horizontes que a vida proporciona. A fase de "gente-grande".
Apesar de ter 24 anos (as vezes pesados) nas costas, nunca tinha me sentindo adulta ou mulher o suficiente na vida. E nunca me importei com o que me rotulavam. Sempre aceitei os anos em que a minha aparência - segundo muita gente - passava: a de menininha adolescente. Mas acho que o choque de realidade também custou a bater à minha porta, e agora, estão tentando arrombar a moradia.
passa-tempo de quem quer guardar lembranças |
Independência, como lidar...
Como se sustentar, controlar gastos, compras da semana, manter o quarto organizado, pagar as contas, pegar o metrô na hora certa, frutas e verduras, consultar a previsão do tempo (diga-se de passagem, doido), livros e cadernos, lavar a roupa, passar, limpar a casa e até tomar remédios (?). Sim, tomar remédios... Coisas aparentemente simples para muitas pessoas, mas totalmente fora do comum de quem nunca precisou fazer nada disso. Isso é o inverso da minha antiga vida pacata, no qual nada fazia praticamente nada.
Não, isso não é uma reclamação. Só estou chegando à conclusão que, como todos, sou uma pessoa previsível. Com as suas frustrações, amadurecimentos e infantilidades também.
Por essas semanas recebi conterrâneos queridos por estas terras. Tinha tudo para ser uma visita de 'cinco horas', mas foi bem mais que isso. Parece que a saudade triplicou no meu peito de uma vez só, e agora está doendo, que às vezes a dor chega a ser física.
Esta semana conversei com a minha mãe via Skype. Jamais iria imaginar que choraria na frente de um computador falando a ela que estava com saudades e que queria estar do lado dela naquele momento.
Bom, como algumas pessoas sabem, não sou apegada à coisas sentimentalistas demais. Sempre achei que se há um problema, ele deve ser resolvido internamente no primeiro lance e depois tudo vai caminhando naturalmente. Mas, não. As coisas são mais complicadas do que jamais imaginei.
Hoje tento andar pelas ruas como se fosse o meu último dia por aqui, pois tenho certeza que este dia chegará. Até ir para o ponto de ônibus eu procuro olhar os prédios, as árvores e tudo em minha volta de uma forma diferente.
Sim, eu amo este lugar. Fato. É como se ele tivesse feito parte de mim em outras vidas, pois tudo me respira tão familiar que eu quase não tenho explicações.
Mas queria só deixar registrado que sinto saudades de vocês, pessoas de carne, osso e semelhantes interesses, como eu, que caminham pelas ruas procurando mais coisas extraordinárias na vida - apesar dela, aparentemente, estar completa.
Amo vocês.
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