terça-feira, 10 de agosto de 2010

Janis, a Joplin


Estava eu aqui com os meus falhos pensamentos, quando decidi do nada baixar algumas músicas desta tão falada roqueira, que até hoje (até onde sei) não recebe um 'ar' preconceituoso dos adoradores do rock n' roll: Janis Joplin.

Digo olhar preconceituoso, pois nesta minha limitada sabedoria sobre o estilo, não conheço nenhuma roqueira que se preze, que não foi comparada a uma puta, vagabunda e afins. Exemplos muito simples são de Debbie Harry, a linda vocalista da banda new wave e punk rock Blondie, ou não precisamos ir muito longe, como a eterna 'ex-mulher do Kurt Cobain', Courtney Love - esta, não preciso nem comentar muito.

Enfim, voltando a falar da Janis. Uma garota de cabelos volumosos, que não aparentava muita beleza, porém pegou uma "boiada" de homens - e talvez mulheres - que muitos dariam o sangue por uma noite. Sim, acho que ela merece um destaque maior por ter se safado desta fama, apesar de ter aprontado poucas e boas. Engraçado que os roqueiros pegadores não são tão taxados como as mulheres, porém a Janis soube driblar muito bem essa imagem.

Ela que se fortaleceu juntamente a sua rouca voz, à luzes do power flower, época em que muitos lutavam erguendo dois dedinhos da mão, simbolizando a paz e o amor, em meio a muito sexo, drogas e rock n' roll. Vida desvairada que acabou encontrando as areias de Copacabana, no verão de 1970, para dar uma trégua no blues e escapar da heroína - dizem que aqui não existia a droga na época, o que eu duvido proporcionalmente.

Realmente, segundo aos textos que li, a mulher fez e aconteceu nos poucos dias de brasilidade. Foi expulsa do hotel luxuoso, o Copacabana Palace, por ter nadado nua na piscina; bebeu e cantou em bordéis 'requintados' da capital fluminense; fez topless na praia de Copacabana; tentou desfilar em alguma escola de samba, entretanto um segurança a barrou por conta de suas roupas hippies (preconceito, hein! Se ele soubesse quem estava barrando...); quase foi presa; e dizem por aí que até teve um affair com o roqueiro brasileiro Serguei... Aí caiu na loucura mesmo!




Oito meses depois de suas loucuras tupiniquins, Joplin morreu aos 27 anos, entrando na lenda dos 3 J's, ao lado de Jimi Hendrix e Jim Morrison, ambos que também morreram na mesma idade, e eram doidos como tal. Apesar de toda essa vida insana, acredito que ela viveu intensamente, dentro da loucura dela. Não que eu que eu concorde e aplique isso na minha vida, ou ache que esta é a melhor forma de ser resolver conflitos pessoais, mas acho que cada um tem um estilo de vida, e é difícil questionar diretamente. Ela teve apenas um amor, que morreu durante a guerra do Vietnã, não teve filhos, todavia seis meses se passaram depois da sua morte e o álbum póstumo Pearl foi lançado, no que resultou em um sucesso absoluto, um verdadeiro fruto de seu talento incontestável.

Sim, a respeitem. Não só a ela, mas a todas as roqueiras que carregam em seu sangue o gosto de todas as boas influências que se singularizam em um conjunto. Acredito que taxações já não devem fazer mais parte de uma fama ou de um reconhecimento. É a falta de conhecimento e interesse que resulta nisso, o preconceito com as demais artistas que se preze. E viva a loucura!

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