quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Advinho.


"O que não me contam, eu escuto atrás das portas. O que não sei,adivinho e, com sorte, você adivinha sempre o que, cedo ou tarde, acaba acontecendo." - Dalton Trevisan


Lá vai ela, dengosa, mas confiante. Caminhando pelo ladrilho de uma estrada abandonada de trem, de mãos dadas à confiante, ela confia. Lá vai ela, lendo jornal na fila do pão, depois de uma longa estação perfumada, envolvida inteiramente aos caracóis de um fim de semana perdido, ela confia. Lá vai ela, envolvida pela sonoridade sinestésica, aos encantos de batuques sagaz e baladinhas faiscantes, seus movimentos a entregam, ela confia.


O seu sol nascente não brilha mais em todas as manhãs, o seu brilho se perdeu ao olhar frio do que passou, deixando somente rastros daquela estrada já a poeiras, ladrilhada então com pedrinhas de brilhante...


Ela confiou.

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