Eis a questão. Há vontades que superam o estado normal do
cotidiano, o que chamamos vulgarmente de "loucuras".
Vontades
insanas de sair da rotina, vontades que querendo ou não te fazem pensar. Como, sair correndo pelas ruas em dia de chuva, sorrir por apenas sentir aqueles pingos gelados escorrerem pelo seu corpo, atravessando sua roupa até sentir o molhado de cada um deles. Pegar um dia para ir ao seu quarto arrumar todas as suas gavetas
bagunçadas e encontrar vários
objetos que marcaram a sua vida: fotos de pessoas queridas,
cartinhas de amor, embalagem de alguma coisa que fez parte de uma situação boa e engraçada (ou não), desenhos coloridos, entre outras coisas que te fazem abrir um sorriso, ou até escorrer uma lágrima dos olhos ao lembrar daquilo que já passou e que fez tão bem. Ir a um estúdio fazer uma tatuagem em homenagem a banda dos sonhos, colocar um pircing onde seus pais mais reprovam. Fazer brigadeiros em um dia desgastante, comer a todos, sentindo o gosto saboroso de cada um deles, que só de lembrar já dá aquela água na boca. Abraçar bem apertado alguém, mesmo que este alguém nunca mais apareça na sua vida. Sorrir para aquela pessoa que
admira. Gritar, dizer coisas de amor em alto tom, abrir os braços e soltar tudo o que está preso dentro de você, mal se importado com quem escutar. Dizer "eu te amo" para desconhecidos. Perdoar erros
imperdoáveis, de coração. Perguntar como anda aquela pessoa que lhe foi especial em algum momento, mesmo sabendo que nunca mais terá ao seu lado do mesmo jeito novamente. Tirar fotos fazendo caretas e rir das mesmas depois de prontas. Rir do seu próprio mico, e contar para as pessoas suas
gafes.
E a mais insana das loucuras, que apesar de tudo, é a mais gostosa: Amar, mesmo sem ser amado.
Não, meus amigos, os loucos não sobrevivem. Eles simplesmente vivem.