Breve introdução
Fiz uma viagem por 12 dias em cinco países diferentes de todas as formas que você puder imaginar (trem, avião, ônibus e até de navio). E o mais legal de tudo é que tive essa experiência sozinha - tirando a companhia do mochilão, do caderninho de anotações e meu velho MP3 que não desgrudo nunca!
Posso dizer que foi uma jornada de com múltiplas experiências e conhecimentos, algo inesperado com muitos planos por trás. Me senti a própria Elizabeth Gilbert, autora do livro "Comer Rezar Amar", que largou família, amigos e emprego para respirar novos ares. Quem sabe um dia eu escrevo sobre essas 'aventuras' em papéis impressos e fico famosa também, hein?!
Enfim, sonhos à parte, vamos ao roteiro. As cidades foram:
- Budapeste (Hungria)
- Viena (Áustria)
- Veneza (Itália)
- Barcelona (Espanha)
- Madrid (Espanha)
- Paris (França)
Vamos ao primeiro destino, então?
Budapeste
Tenho uma certa particularidade com esta cidade. Nos meus primeiros dias em Londres, planejava bastante em visitar muitos lugares, mas este, definitivamente não. Por problemas "pessoais", digamos assim. Porém, nada como o tempo. Posso dizer que foi um lugar "revelador", onde me fez aliviar muitas mágoas, estas que já nem existiam mais. Que bom! :)
Deixando o sentimentalismo 'épico' de lado, vamos ao que interessa. Cheguei em Budapeste pela noite do dia 08 de abril de avião. Fiquei na casa de um amigo, o qual até hoje não sei pronunciar o nome, mas o escrito é Csanak Ba. Comecei a chama-lo de 'Johnny', por via as dúvidas... Era engraçado comunicar com ele, pois o sotaque era algo bem difícil de se entender de primeira, mas com o tempo fui me acostumando. Falar húngaro é algo que está além do alemão para se saber em uma vida. Mas, dizem por aí que é a única língua que o diabo respeita... então, respeito também, haha.
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meu amigo húngaro 'Johnny' |
Antes de conhece-la, Budapeste me soava romântica e misteriosa. Cidade onde Chico Buarque se inspirou para escrever o livro homônimo, aquela que ele descreve como "amarela". Bom, ainda bem que ele confessou que nunca havia visitado a capital húngara antes, pois, na verdade, vi um misto de cores que se espalhavam pelos muros pichados do local, este, praticamente abandonado em muitos aspectos.
Histórias, impressões e outras coisitas mais...
Fundada inicialmente por romanos, Budapeste é marcada por muitas guerras e reconstruções. Antigamente era considerada duas cidades - do lado direito do rio Danúbio, este que corta a cidade, era Buda e do esquerdo, Peste. Mas, a partir de 1849, estas foram fundidas, se tornado assim, uma só. Dividida apenas em suas classes sociais. Segundo o húngaro, quem vive em Buda, tem um poder aquisitivo melhor de quem vive em Peste. E ainda há até uma certa piada irônica sobre isso.
Mas independente de riquezas e pobrezas, sinceramente a cidade me impressionou de várias formas, tanto negativo quanto positivo. Não sei se estava esperando muito e acabei não vendo nada do que imaginava, ou se era isso mesmo. Em termos de capital européia, ela está bem abaixo na beleza total em comparação às demais cidades que visitei. Caso você queira prestigiar as melhores partes, recomendo que fique somente no centro, perto rio e nada mais.
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vidros quebrados |
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paredes pichadas |
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letras impronunciáveis |
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Cuiabá está à frente no transporte, me desculpe. |
Ah, antes que me esqueça. Não se assustem com o transporte público e, muito menos, não esperem por algo melhor. Como uma região marcada pelo comunismo, que chegou a ser sangrento na época, muitas coisas 'pararam no tempo'. As vezes parecia que o metrô ia se desmontar a qualquer momento comigo dentro, com tamanho o barulho que fazia ao andar. Mais medonho que isso, só a aparência.
Mas, voltando para a parte central, comece o seu dia tirando belas fotos do parlamento húngaro, este, que pra mim, é o verdadeiro cartão postal da cidade. Construído em estilo gótico com diversas torres e pináculos, um conjunto lindo de se ver. Não muito longe, dá para se prestigiar também o Castelo de Buda (Budavári Palota), com uma grande cúpula esverdeada no topo. Fiquei lembrando da rainha húngara decapitada, a qual matava jovens virgens e em seguida, se banhava com o sangue delas em busca da juventude eterna. Sinistro!
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só amor |
Entre estas duas atrações turísticas, há diversas pontes que cortam o rio e fazem ligações para unir a cidade com ela mesma. A mais linda que vi (e, coincidentemente, a mais famosa também) é Széchenyi Lánchíd, ou 'ponte das correntes'. Em uma breve caminhada, da para se unir a cidade apreciando o rio Danúbio. Fiquei lembrando da música 'Danúbio Azul', é um tanto brega, mas eu não podia lembrar de outra coisa quando estava de frente ao próprio homenageado.
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ponte das correntes |
Logo depois de apreciar as belezas nas proximidades do rio, desça para a rua Fortuna Utca. Considerado um dos melhores roteiros de Buda, pois nela se encontra diversos prédios antigos, museus, além de feirinhas espalhadas pelos calçadões vendendo tudo que você puder imaginar, inclusive cervejas caseiras, estas que até me deliciei.
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foto turista |
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cervejinha muito boa! |
Quanto a comida, nem se fala. Sou uma verdadeira apaixonada por escaldados e sopas, e é justamente isso que eles mais comem. Infelizmente só provei uma deste tipo, que é o Goulash (ou algo do tipo). Uma sopa de carne (de bezerro, creio eu) e batata com um tempero bem diferente do que estamos acostumados, mas que não deixa de ser delicioso. Recomendo que passem no restaurante de cem anos de idade, chamado Szazéves, perto das feirinhas do Utca. Local chique e bem barato.
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chique e vintage |
Além de todas as delícias e belezas, Budapeste é bem conhecida pelos banhos termais. Porém, não visitei nenhum. O tempo era curto, juntamente com a grana. Mas, caso você queira dar uma passada por lá para relaxar, os lugares são bem recomendados mundialmente.
É claro que existem outros pontos turísticos, mas não tenho na memória maiores detalhes quanto tenho destes. Mas andar pelos arredores da rainha do danúbio é algo fácil e um tanto prazeroso. Aproveite a paisagem e ignore o ar urbano demais.
Cidade que vai ficar na minha história por um longo tempo. Apesar dos vidros quebrados, das paredes rabiscadas e do transporte que parou nos anos 70, Budapeste teve sim sua particularidade comigo. Não irei esquecer das montanhas arborizadas e tranquilas espalhadas aos arredores da cidade, esta que foi muitas e acabou se tornando uma só - algo que descreve bem os meus sentimentos passados com atual. Acho que estamos finalmente perdoados, estamos sim.